terça-feira, 5 de junho de 2012

JOVENS INDISCIPLINADOS

Por Valdemir Mota de Menezes

Olá colegas,

Estava analisando o texto de Júlio Groppa Aquino, intitulado de "Jovens indisciplinados: quem são, Como agem?" O autor cita o pensador francês Fraçois Dubet que classifica os quatro personagens discentes como sendo:
1 - Os diligentes
2 - Os medíocres
3 - As vítimas
4 - Os transgressores.

O foco do autor, em seu discurso, é justamente o quarto grupo, que denominamos comumente de alunos indisciplinados. Seu trabalho acadêmico foi fundamentado em uma pesquisa de campo, onde foi analisado as condutas repreensíveis dos alunos em uma escola no espaço de um ano.

A maioria das ocorrências de indisciplinas, de acordo com esta pesquisa realizada em 2003, estava agrupada no campo das infrações regimentais da escola, do tipo, não fazer a lição, não trazer o material escolar, cabular aulas e outras semelhantes.  Na visão do professor Júlio tais registros não  traduzem em números alarmantes como se pensava. Em um universo de 182 alunos, 73 deles se envolveram em ocorrências.

Apesar do otimismo do pesquisador ao concluir que:
Em certa medida, pode-se concluir que o cotidiano da escola pesquisada é modelo de logro da ordem disciplinar clássica. Aqui, triunfa um conjunto de usos e costumes nitidamente prosaico e rotineiro. Desta feita, nada de novo parece haver sob o sol escolar investigado”
No meu ponto de vista, os números são apocalípticos. Cerca da metade dos alunos se envolveram em ocorrências e aprofundando-se nos números vemos que muitas transgressões estavam direcionadas ao professor que não é respeitado em sala de aula. Ainda que nesta pesquisa não se relatou nenhum fato mais grave, torna-se cada vez mais frequente professores serem agredidos e ameaçados por alunos, que se sentem amparados pela ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) enquanto em direção oposta, os professores estão sendo responsabilizados pelo fracasso educacional e sem amparo legal para punir os alunos indisciplinados. Na atual conjuntura, foi tirado dos professores o poder de disciplinar e sem medo de sanções e confiantes na impunidade, a transgressão se torna cada vez mais convidativa.


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