Maria Helena Souza Patto na sua tese de livre docência da USP de 1987 na obra intitulada A produção do fracasso escolar, histórias de submissão e rebeldia.
“o professor cumpre com sua obrigação, realizando diariamente um ritual, sempre o mesmo, destituído de vida e de significado que o mortifica: obediente mas descrente, coloca conteúdos na lousa passa mecanicamente pelas carteiras, constata sempre os mesmos erros que aponta com maior ou menor irritação, para começar de novo tudo no dia seguinte, no mês seguinte, no semestre seguinte. Os dias são todos iguais...”.
Com esta fala a autora parece culpar os professores pelo fracasso escolar, citando como muitos professores executam o seu trabalho sem animo, sem vida, sem empolgação e assim contribui para o fracasso escolar.
Não podemos deixar de apontar a monotonia como um fator que contribui para o fracasso escolar, pois se o professor não exercer o seu ministério com amor e dedicação e deixar cair na monotonia os alunos sentiram o seu desinteresse pela classe, contribuindo ainda mais para a queda de rendimento dos alunos.
Todo profissional deve estar preparado psicologicamente para a monotonia, porque por mais que uma profissão seja empolgante a repetição das atividades todo dia e todo ano, tem a tendência de desmotivar o trabalhador, inclusive o professor.
Mas o agricultor que também a cada ano faz o ritual de preparar o solo, plantar e limpar a plantação e combater as pragas para finalmente fazer a colheita, passa pelo mesmo ritual todos os anos e que ao cabo de décadas pode leva-lo a pensar: “Meu Deus, que vida chata, todo ano a mesma coisa!!!” Devemos saber lidar com a monotonia e a repetição das atividades da nossa profissão sem desmotivar-se.
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